quarta-feira, 25 de maio de 2011

Análise Do livro Didático Geografia (Espaço Geográfico, volume destinado para a 5° série do ensino Fundamental) de Hélio Carlos Garcia.



O livro didático é um grande aliado do professor na hora de lecionar. Mas muitos professores invés de usar o livro como um auxiliar na ensinar, baseia a sua aula no conteúdo dos livros didáticos, esquecendo que a função dele é direcionar o estudo da matéria e não usar apenas o seu conteúdo como única fonte de conhecimento para montar a sua aula. E isso é preocupante, pois muitos livros didáticos apresentam falhas na elaboração do seu conteúdo, não apresentando assuntos que fazem falta na formação do aluno. Por isso que analisar o conteúdo de um livro didático é importante para um professor para saber como se pode usar esse aliado no ensino da geografia.
O livro escolhido para a analise foi o Geografia (Espaço Geográfico) de Hélio Carlos Garcia da Editora Spicione, ele é destinado para alunos do Sexto Ano do ensino médio (Antiga quinta série). Para analisar o livro foi utilizado como referencias vários artigos que trata da educação e a geografia e como ela e tratada nos livros didáticos. A análise do livro foi dividido em aspectos positivos e negativos encontrado no livro analisado.
Nos aspectos positivos podemos identificar a linguagem do livro que é simplificada e fala a língua dos alunos da faixa etária dos alunos que frequentam o sexto ano do ensino fundamental. O que facilita o entendimento do conteúdo apresentado. O livro possui vários textos literários que instiga a imaginação da criança para o conteúdo de geografia com perguntas de interpretação de texto e da matéria dada no capitulo para que a criança assimile o conteúdo dado e tenha contato com textos literários fazendo assim uma interdisciplinaridade entre geografia, português e literatura. O livro possui dicas de livros que tratam do assunto dado a fim de despertar o interesse dão aluno pela literatura. Outro aspecto que vale ressaltar é que o livro tem vários artifícios visuais (fotos, esquemas gráficos), que é um mecanismo para chamar a atenção da criança pelo que esta sendo tratado e que auxilia a identificação da imagem vista no universo que o cerca. A abordagem educacional do livro é bem elaborada, pois possui a linguagem adequada para o público que o livro que o livro é destinado, o que faz com que os alunos entendam e assimilem mais facilmente o conteúdo abordado no livro didático.
Nos aspectos negativos podemos destacar a falta de exercícios práticos, no livro existem muitos exercícios de fixação, mas todos são de cunho teórico. No ramo na geografia o exercício prático é de importância fundamental para o melhor entendimento da matéria por parte do aluno, pois a maior parte da matéria está visivelmente no nosso planeta. Uma solução para esse problema é simples é a elaboração e a colocação de exercícios práticos nos livros didáticos como exercícios de fixação da matéria juntamente com os exercícios teóricos que devem ser mais bem elaborados para instigar mais a imaginação do aluno. Outra solução seria aulas fora do ambiente de sala de aula que faz que o aluno entre contato direto com o assunto tratado na aula de geografia.
Outra crítica é quanto a abordagem geográfica do livro didático onde faltam conceitos e temas de suma importância para o melhor compreendimento da geografia. Um conteúdo do currículo da geografia que é muito pouco abordado pelos livros didáticos e quanto é abordado é feito da maneira negligenciada e sem a importância devida é a Geomorfologia. A geomorfologia nos livros didáticos como na educação em geral não e abordada da maneira correta, pois faltam conceitos fundamentais da geomorfologia. No geral ela é tratada como agentes internos e externos do relevo e com algumas formas do relevo que no livro analisado são: Planalto, Planície, Depressões e Montanhas. Não abordando relevos como voçorocas, ravinas, falésias, restingas, vertentes entre outros.
Um tema de suma importância dentro do assunto de geomorfologia é a diferença de deserto e areal, pois para quem não possui esse conhecimento os dois processos são iguais o que não é. Deserto é um local que passou por um processo de desertificação: que é um fenômeno em que um determinado solo é transformado em deserto, através da ação humana ou processo natural. Exemplos de desertos do mundo: Sahara (África), Kalapari (África do sul), Arábia (Península da Arábia), Grande deserto de areia (Austrália), Mohave ou Grande bacia (EUA). No processo de desertificação a vegetação se reduz ou acaba totalmente, através do desmatamento Neste processo, o solo perde suas propriedades, tornando-se infértil (perda da capacidade produtiva). Já o Areal é o local onde passa por processo de arenização que é o processo de deposição de areias através do transporte eólico. Na região da campanha gaúcha esse processo se acentua devido os solos da região ser altamente arenosos, ter baixa coesão entre partículas, baixa fertilidade natural e uma vegetação rala e esparsa fazendo a região sudoeste gaúcha apresentar solos com altas taxas de erosão hídrica e eólica, deixando estes entre os mais suscetíveis a degradação, chegando a apresentar peculiaridade de deserto com vastas áreas com quase nenhuma vegetação. Um bom exemplo de areis e o areal encontrado na cidade de São Francisco de Assis no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
A diferença entre areais e desertos é apenas uma das coisas que devem ser abordadas no ensino da geomorfologia, tanto nos livros didáticos como em sala de aula, pois a Geomorfologia é a ciência que estuda a morfologia do nosso planeta, e nada melhor nos conhecermos do que conhecer com detalhes o lugar em que vivemos. Com isso poderemos nos localizar melhor, cuidar melhor do nosso ambiente preservando as maravilhas naturais presentes do nosso planeta.
A Temática da Geomorfologia e Educação é um tema onde há poucos estudos, portanto é um ótimo campo de pesquisa para os licenciandos e licenciados em geografia.
Uma solução seria uma reformulação do currículo da disciplina geografia e o aumento da carga horária da disciplina para que pudesse ter um aprofundamento de assuntos como a geomorfologia. Outra solução seria uma pesquisa de como a geomorfologia está sendo ensinada nas escolas, uma análise aprofundada dos livros didáticos, aliada a entrevistas co alunos e professores para saber a opinião deles sobre a importância desse assunto dentro da disciplina de geografia.
No livro analisado os conceitos geográficos abordados foram: Lugar, Paisagem e Espaço Geográfico, esses conceitos foram abordados com uma linguagem correta para a faixa etária que o livro é destinado. A escala de tempo abordado pelo livro que vai dês da escala geológica ate os dias atuais. O espaço contemplado foi o todo espaço terrestre, como o espaço do universo, pois o livro possui um capítulo que fala sobre astronomia.
Portanto analisar os livros didáticos que estão sendo usados para o ensino público de geografia, é essencial para ter um parâmetro de como o conteúdo da geografia está sendo abordado pelos autores dos livros didáticos e pelos professores que usam o livro didático como um poderoso aliado na difícil tarefa de passar os conhecimentos geográficos para os seus alunos.

Obs: A pesquisa citada á cima como uma das soluções para o ensino de geografia já está sendo feita por mim com a orientação do Professor Roberto Verdum. Por isso que o assunto geomorfologia e Educação foi o foco dessa análise de livro didático.

2 comentários:

Patricia de Llano disse...

Acho que uma aula deve se estender além dos livros didáticos porque senão, muitas vezes, acaba sendo uma simples aula de leitura sem acrescentar muitas coisas. Acho que sempre é importante conciliar o que temos nos livros fazendo analogias com a nossa realidade. Não lembro de ter estudado sobre geomorfologia algum dia de minha vida e acho que seria interessante reformularmos os conteúdos programáticos dos livros para que sejam apresentados assuntos mais pertinentes e também que se aproximem da realidade dos estudantes. Manter o conteúdo e contexto é importante, mas quando inserimo o aluno dentro desse meio o estudo e a aprendizagem se tornam muito mais interessantes

Adriana disse...

O livro didático continua sendo um apoio pedagógico em sala de aula, mas deve ser usado juntamente com outros recursos, principalmente no ensino da geografia, que disponibliza temas riquíssimos aos alunos. Embora não baste ser qualquer livro, é preciso que o mterial seja atual, dinâmico e que desperte o interesse dos alunos, devendo servir como uma fonte de consulta, não como uma bíblia em sala de aula.